Até que não haja mais espaço...

https://www.youtube.com/watch?v=4vkhEgq3WvQ

Uma das músicas que mais me tocou durante toda minha vida foi Liberta-me de mim, da cantora Luma Elpidio, pois é um daqueles louvores que ''incomoda'', desmonta, desfaz muita coisa que acreditamos. Pedia muito a Deus para ele me libertar do mal, do pecado, dos desejos maus, de tudo aquilo que me afastava dele, mas nunca parei para refletir que tudo isso faz parte da minha natureza. Agora entendi a profundidade do Liberta-me de mim. Foi somente a graça dele que me trouxe até aqui, porque muitas vezes me vi errando, quando queria acertar, me vi magoando aquele que só me demonstrou amor. Tive a chance de fazer o bem várias vezes e de uma forma inconsciente fazia o mal, por meio de palavras, atitudes ou omissões, pois em Tiago fala que se está ao nosso alcance fazer o bem e não fazemos cometemos pecado. Reconheço que não é fácil, é uma guerra constante em que só vai vencer aquele que estiver mais forte dentro de nós, carne ou espírito. Mas a mensagem que toca e que guardo no meu coração é que apesar de tudo, temos que ter prazer na lei do senhor, e amá-lo, só assim nossa vida seja transformada, para isso acontecer é preciso ter um encontro com Deus e se se esvaziar de nós mesmos, assim como um copo precisa estar totalmente vazio para ser totalmente cheio, precisamos estar vazios de nós mesmos, para que o senhor possa nos encher. 

Já vi desgraças acontecendo no mês das festas de final de ano e coisas lindas acontecendo no conhecido mês do desgosto. Já vi pessoas mentindo no mês de maio e outras falando: ''Eu te Amo'' com muita sinceridade, mesmo sendo 1° de abril. Continuo observando pessoas querendo que o mês lhe traga coisas novas sendo que elas continuam as mesmas. Não precisa esperar que a página do calendário mude, não precisa esperar que o número 3 saia do 31 para recomeçar ou então chegue o dia 28/29 e finalize o mês mais curto do ano, que por sinal pode ser o melhor mês. Continuo acreditando que a mudança tem que vir de dentro, sem depender dessas contagens malucas de calendário, pois se depender disso vamos deixar passar as páginas do calendário e a nossa vida também! 

''Menina, você é toda poesia''

Uma amiga me disse que sou toda poesia, na hora me veio uma alegria imensa ao ler essas palavras, mas confesso que no mesmo instante achei um exagero da parte dela. Pensei na beleza da poesia que fala sobre os casais apaixonados ou sobre as amizades verdadeiras e reconheço que nem sempre estou tão bela quanto, nem sempre falo sobre esses sentimentos tão bonitos. Algumas vezes sou chata, orgulhosa, teimosa e outras coisas que prefiro não citar, mas ao mesmo tempo lembrei que não existe um só tipo de poesia. Tem aquelas que falam de amor, outras falam sobre corações partidos, algumas vão além e falam sobre partidas, tem poesia que é símbolo de resistência e outras símbolo de insistências. Nenhuma poesia é igual a outra, mesmo o autor sendo o mesmo. Agora sei que sou uma poesia, fui escrita pelo melhor poeta do universo, só que diferente das outras eu me metamorfoseio e feliz é o leitor que consegue me ler, sei que muitas vezes o que chama atenção não é a poesia, mas o autor da obra, então que os os leitores da poesia chamada Sâmia contemplem o autor! 

Registro...

Quando estou triste, escrevo. O coração aperta, as lágrimas rolam, faço uma oração, mas no final escrevo. Escrevo para falar sobre o aperto no peito, escrevo em meio às lágrimas que molham o papel, escrevo minha oração ou até a resposta dela, quando Deus não fala,  escrevo sobre o seu silêncio, hoje sei que silêncio também é resposta. Já conversei com muitas pessoas que não compreenderam minhas angústias, não entenderam minhas inquietações, não tiveram tempo para me ouvir, com o papel é diferente, já falei tudo que precisava em dez minutos, também já levei dias para falar tudo que sentia e ele me esperou pacientemente.  Acho que o papel foi um presente de Deus. Como é bom registrar, escrever sobre os amores, desamores, conquistas, derrotas, alegrias e tristezas, por falar nisso, hoje já escrevi dois textos. Estou agora esperando Deus ler meus rabiscos, porque ele é o melhor leitor, sabe ler até nas entrelinhas...

- Sâmia Ellen

Espera...

Quando eu era criança tinha o sonho de possuir várias coisas, brinquedos, livros, tinha o desejo de sair e conhecer vários lugares e na medida do possível meus pais realizaram alguns desejos. De dez eles realizavam um ou dois, seja o que estivesse ao alcance deles ou aquele que consideravam o melhor pra mim. Lembro que perto de datas festivas eu escolhia um brinquedo ou aquele calçado que vinha com o brinde, como toda criança escolhia pelo brinde e não pelo sapato, mas o que me chama atenção nesse momento é a ansiedade que me tomava quando tinha que esperar. No mês de abril esperava pelo presente de aniversário, outubro pelo dia das crianças e em dezembro pelo natal, nem sempre ganhava o que pedia, mas sempre era o melhor que eles podiam me dar. Hoje poderia comprar algumas coisas que tanto sonhei e esperei, mas não teria a mesma graça, mesmo que ainda fosse criança e pudesse receber com facilidade não teria a mesma graça. Depois de adulta entendi que não é o objeto em si, não é o lugar em si, mas o valor que foi adquirido através da espera. Quanto mais eu esperava mais eu queria, mais eu sonhava com aquele grande dia em que eu receberia o presente. Hoje entendo que nada fácil presta, é como diz aquela frase: "O que vale a pena ter, vale a pena esperar". Nada como um coração acelerado ao ser surpreendida, os olhos brilhando ao contemplar algo que se espera, nada se compara a sensação de receber o que se pede junto com uma demonstração de amor! ❤

A menina com coração de borboleta...

Era uma vez... 

Assim começam quase todos os contos de fadas que tanto encantam as crianças, como essa história é dedicada a uma criança de 29 anos, vou começar da mesma forma!

                                          

Era uma vez uma menina que possuía um sorriso mais iluminado que o sol, bochechas rosadas, cabelos encaracolados e olhos bem redondos, cor de mel, olhos doce, assim como seu coração. A menina gostava de brincar, sua brincadeira favorita era imaginar e nessa brincadeira ela viajava sem sair do lugar. Essa menina sempre foi sonhadora e um dos seus grandes sonhos era voar, mas ficava triste pois não sabia como realizar esse sonho, já que asas ela não tinha. O pássaro tinha asas, o avião tinha asas e até os super-homem tinha asa e ela não conseguia compreender porque não poderia ter também. Como faço para ter asas? Ela perguntava para os adultos que logo se espantavam com a pergunta, alguns diziam ser besteira de criança, outros nem respondiam, a menina ficava cada vez mais aflita porque sonhava com suas asas, sabia também que uma hora ou outra teria que realizar o sonho de infância e não poderia deixá-lo  morrer, pois ela morreria junto. Na sua busca incessante encontrou um senhor contemplando a natureza, ele observava com olhos de encantamento os pássaros, a menina viu de longe a sensibilidade daquele homem e logo se aproximou, o  senhor logo disse que bastava contemplar aquilo que ele amava para se sentir completo, mas a menina de tão sonhadora que era, não queria apenar admirar as cores, o voo das borboletas, ela queria ser uma delas. Todos diziam que aquilo era coisa de criança mas no fundo ela sabia que seu coração era de borboleta e por isso, ela era. A menina foi crescendo, crescendo, crescendo, diferente de suas asas que não cresceram, ela quis se entristecer, mas de tanto contemplá-las assim como o senhor fazia com os pássaros, ela aprendeu a ser como a borboleta, mesmo sem asas, na verdade ela tinha asas, mas só os sensíveis conseguiam ver. Ela aprendeu que a borboleta é leve e livre, parece uma flor que dança com o vento, a borboleta passa por transformações e a menina que já não era mais menina, também passou por transformações, quando pensou que era o fim, foi quando na verdade começou sua vida, porque a borboleta perde o chão para ganhar o céu e ela sabia que com Deus também poderia voar e de vez em quando Deus mandava um pedaço do céu para ela em forma de borboleta.

- Sâmia Ellen

Texto dedicado a uma borboleta que pousou no meu ombro há quase onze anos...

#KelvianeAlves

Pedagogia Libertária

Palavras assim tão complexas

São bem difíceis de ligar

Mas com um grande esforço

Vou ser atrevida e ousar

Sobre a pedagogia libertária

Agora vou falar

Como o nome já diz

Seu objetivo é libertar

Libertar o oprimido

Da ordem do opressor

Que não lhe dá a liberdade

Para dizer um: ''Não vou fazer não, senhor''

Muitos vivem oprimidos

Como instrumentos de dominação

Desse sistema excludente

Que não quer ver transformação

Para fazer a diferença

É preciso luta e amor

Ter também pensamento crítico

Como disse o grande inspirador

O papel da escola 

É dar autonomia ao cidadão

Por isso utiliza como método

A famosa autogestão

É na vivência grupal

Que os alunos podem aprender

Mostrando que não é só o cognitivo 

Que faz o sujeito crescer

As experiências são importantes

Pois há troca de informação

O aprendizado é garantido

E ai de quem disser que não

Cada indivíduo

Pode então se avaliar

Quem melhor que ele

Pode dele mesmo falar?

Tenho mais uma coisa para dizer

Política de verdade não é algo partidário não

Mas sim lutar pelos ideais

Para melhorar a vida do cidadão

É se reconhecer como sujeito de direito

Mesmo que a sociedade tente negar

Quando o homem tiver consciência disso

Então, ele livre será

Existem outras tendências

Se quiser conhecer pode pesquisar

Porque como diz minha avó

Conhecimento é a única coisa que não podem roubar...

Sâmia Ellen

Disciplina: Didatica - Bernadete Porto

Imortal...

Ela me olhou nos olhos e disse: "Quero ser imortalizada através das suas palavras." Quem sou eu para imortalizar alguém? Eu não posso, mas as palavras sim, quantas pessoas já chegaram, partiram e continuam aqui, vivas, com suas histórias narradas, pensamentos registrados, poemas escritos ou músicas cantadas. Bem que eu queria escrever um poema, mas não consegui pensar em nada que chegasse a sua altura, mesmo ela medindo menos de 1,60. Mas o que são os centímetros perto de sua grandeza? O que são minhas humildes palavras perto dela que é toda poesia? Começando das voltas cheias de amor nos seus cabelos encaracolados e terminando nos seus pés que só caminham para fazer o bem. Ah, menina que encanta, queria eu te fazer imortal, como não posso, deixo essa missão para as palavras.

Dedicado a Karen Peolli

- Sâmia Ellen

Hoje foi um daqueles dias estranhos em que você pega aquele busão que geralmente está lotado, vago. De repente subiu um homem descalço, barbudo, sujo e cheirando mal, um daqueles homens em que as pessoas fazem questão de não ver. Ele deu uma boa tarde e apenas uma pessoa respondeu, ele agradeceu e continuou a falar: " Meu nome é Zé, para a sociedade um Zé ninguém, tenho uma doença... (Não lembro o nome), mas a maior barreira que enfrento é a indiferença, principalmente dos cristãos que não me tratam como irmão, sinto muito por estar assim, sei que vocês não queriam ver um homem feio, chato e fedorento incomodando vocês, mas eu preciso e não é vergonha precisar do outro. " Eu não consegui pensar em mais nada, minhas lágrimas se misturaram com o meu suor e só pensei no tanto de coisas que aquele homem disse e ninguém quis escutar, as pessoas preferem "lamber os pés" dos políticos que roubam, das vendedoras que mentem dizendo que o vestido ficou bonito mesmo estando feio ou tentando ser amigo de alguém só por interesse. Eu acredito mesmo que o que mais estava fedendo não era o homem, mas aquelas pessoas cheirosas, arrumadas, egoístas.

Era uma uma noite de quarta-feira e o homem estava ali sentado, louvando a Deus com suas palmas, com seu coração. Deus nos faz ver tudo de uma forma sensível, isso vale para o homem, isso vale para mim. Enquanto o homem olhava o carrinho amarelo, com um olhar todo encantando, eu admirava o homem, não por sua beleza ou charme, mas justamente pelo encantamento que ele olhava para o carrinho amarelo que combinava com seu chapéu. No meio de algumas crianças que brincavam, gritavam sem se importar com os adultos que olhavam para elas estava o homem, ele buscava compreender cada parte do carrinho e se admirava com sua beleza, era algo novo. Vi que ele passou vários minutos sorrindo, perdido em seus pensamentos, quem sabe o que ele estava pensando? Apenas Deus, o mesmo que estava sendo adorado naquele culto. Eu que sou meio atrevida, dou minha opinião, ele não se perdeu olhando o carrinho, se perdeu em seus pensamentos, talvez se lembrou de sua infância ou do tempo em que era criança, é diferente. Vou mais longe, talvez ele tenha pensando em tantos carrinhos que passaram em sua vida ou aqueles que nem chegaram a passar por conta de suas condições, talvez ele estivesse pensando no carro que pegou para chegar até aqui e por mais dura que foi a caminhada do homem, o sorriso que ele deu no momento que entregou o carrinho para a criança mostrou que ele tinha chegado no ponto mais lindo, aquele em que o senhor estava esperando ele chegar para continuar o trajeto, juntos.

- Sâmia Ellen